"Eu sou um homem branco. Não tenho a pele escura. E por isso, não sei o que é ter uma possível ancestralidade conectada à escravidão. Não sei o que é ser erroneamente associado à pobreza, ou criminalidade. Não sei o que é estar entre os que mais morrem por arma de fogo. Não sei o que é por vezes me preocupar com o estado natural do meu cabelo. Não sei o que é ser representado na televisão de forma repetitiva e muitas vezes, estereotipada.
Eu sou um homem branco, sentado em uma cadeira de rodas.
E por isso, eu sei o que é ter associações feitas em relação a mim que não são verdade. Eu sei o que é ter que me provar em dobro, em relação aos outros. Sei o que é representar um estereótipo do inconsciente das pessoas. Sei o que é ser desacreditado. Sei o que significa a frase "esse lugar não é para você". Sei o que é ser generalizado, por conta de um único exemplo, que aconteceu com o "conhecido do primo de um amigo meu". Eu sei o que é ser descriminado.
No dia 20 de novembro, peço licença para levantar a bandeira da consciência negra. Eu não sou negro, mas não posso me conformar que alguém sofra preconceito porque a cor da pele é escura. Isso é tão ridículo quanto o fato de alguém me descriminar, porque eu me locomovo sentado".
Você já sofreu ou presenciou alguma caso de racismo ou discriminação?
Me conte o que aconteceu".
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